quarta-feira, 7 de março de 2012

XV OLIMPÍADA BRASILEIRA DE ASTRONOMIA E ASTRONÁUTICA

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A Escola Ananda participará da 15ª Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA).

As escolas públicas e privadas de todo o país têm até o dia 13 de março para se cadastrar no evento, gratuitamente. As provas serão realizadas no dia 11 de maio.

Alunos dos ensinos fundamental e médio podem participar. A OBA ocorre dentro da própria escola, com a aplicação de uma prova formada por dez perguntas, sendo cinco de Astronomia, três de Astronáutica e duas de Energia.

Todos os alunos recebem um certificado de participação, e os que se destacarem serão premiados com medalhas. Ainda há a chance de integrar as equipes que representarão o país em competições internacionais. Entre elas a Olimpíada Latino-Americana e a Olimpíada Internacional de Astronomia e Astrofísica. Mais informações na entrevista final.

Em 2011, 803.180 alunos se inscreveram na OBA, e 33.307 foram premiados. A expectativa para este ano é que mais de um milhão se inscrevam. Além de escolas brasileiras, participarão desta edição alunos de Moçambique e Timor Leste.

Vale lembrar que escolas que participaram da 14ª edição do OBA, em 2011, não precisam se recadastrar para participar em 2012.

Além da OBA, as escolas cadastradas têm direito de participar da Mostra de Foguetes. Mais informações na entrevista final.

A OBA é organizada anualmente pela Sociedade Astronômica Brasileira (SAB) em parceria com a Agência Espacial Brasileira (AEB) e com Eletrobras Furnas.

Para mais informações sobre o processo de inscrições, acesse: www.oba.org.br.

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Conversamos com João Batista Canalle, professor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) e coordenador da OBA, para saber mais sobre a Olimpíada e o ensino da Astronomia e Astronáutica no Brasil. Confira a entrevista!

- Qual a importância do ensino de Astronomia e Astronáutica?
Astronomia é uma das ciências mais antigas e a Astronáutica, uma das mais jovens. Contudo, andam de mãos dadas.  A Astronomia se beneficia dos avanços da astronáutica para colocar observatórios astronômicos (telescópios) em órbita, por exemplo. É a astronáutica que nos permite ter celular, TV, mapear o globo, descobrir o aquecimento global, prever chuvas, secas, etc.

- É possível ensinar Astronomia na escola, sem muito recurso?
Talvez esta seja a única Ciência que podemos ensinar sem muito recurso material, pois vivemos sobre um planeta e temos o céu como “laboratório”, que está disponível para todos. Só precisamos saber usar. Isso é o que a OBA pretende fazer junto aos professores.

- Quais são as outras atividades que os alunos têm chance de participar ao conquistar uma boa pontuação na prova?
Como nossa prova é composta por perguntas de astronomia, astronáutica e energia, selecionamos alunos que se destacam em cada uma dessas áreas.

Os primeiros mil alunos que se destacaram em astronomia, na OBA 2011, foram selecionados para uma segunda prova, específica sobre o tema. Destes, selecionamos 200 para serem orientados à distância, fazendo listas de exercícios, provas e testes por alguns meses. Agora em março, eles participam de uma prova presencial. A partir desta terceira prova, selecionaremos 15 alunos para compor três equipes internacionais.

Duas dessas equipes irão participar da Olimpíada Internacional de Astronomia e Astronáutica, que será realizada em agosto deste ano, no Rio de Janeiro (RJ) e Vassouras (RJ). A terceira equipe representará o Brasil na IV Olimpíada Latino Americana de Astronomia e Astronáutica, na Colômbia, em setembro de 2012.

Quem participar da 15ª OBA, em 2012, tem chance de representar o Brasil nas Olimpíadas Internacionais de 2013.

Quanto aos alunos que se destacam nas respostas de Astronáutica, eles são convidados para participar da Jornada Espacial. São sessenta alunos no total, com seus respectivos professores. O evento é organizado pela Agência Espacial Brasileira (AEB), em São José dos Campos (SP), com duração de uma semana. Neste evento os alunos conhecem os vários Institutos, responsáveis pela fabricação de foguetes, satélites, aviões, etc. É uma oportunidade de conhecer de perto tudo o que o Brasil fez e faz na área Aeroespacial.

Outros sessenta alunos e seus professores participam do “Space Camp”, ou Acampamento Espacial. Durante uma semana, eles participam de oficinas, palestras e gincanas sobre construção e lançamento de foguetes, robótica, astronomia.

Para contemplar os alunos que se destacaram nas perguntas de Energia, organizamos a Jornada de Energia.

Já os melhores alunos da Mostra de Foguetes participam da Jornada de Foguetes. A última aconteceu em Passa Quatro (MG), em outubro de 2011 e reuniu 30 equipes. Este ano o evento contará com cerca de 100 equipes e poderemos distribuir inclusive 70 bolsas de Iniciação Científica Júnior, do CNPq.

- Todas as escolas que participam da OBA estão automaticamente inscritas na Mostra de Foguetes. Como funciona a Mostra?
Estamos convidando todas as escolas que participam da OBA para que construam e lancem seus foguetes. O desafio é alcançar a maior distância possível.

Alunos do primeiro ao quinto ano fazem um foguete de canudinho de refrigerante. Os alunos do sexto ao nono ano já fazem um foguete mais elaborado, usando um tubinho de papel. Ambos são lançados por impulsão.

Já os alunos do ensino médio fazem um foguete com garrafa pet. O combustível desses foguetes é vinagre e fermento em pó. Mas o foguete tem que voar tal qual um foguete mesmo. São os alunos que precisam descobrir qual a melhor combinação de vinagre, fermento, ângulo de lançamento, peso da ponta do foguete, tamanho das asas, etc, para que ele vá o mais longe possível.

- As provas são constituídas pelo mesmo número de perguntas, independente do nível escolar?
Sim, todas as provas têm 10 perguntas, e algumas delas com subitens. Temos três divisões de áreas, que são: Astronomia, cinco perguntas; Astronáutica, três perguntas; e Energia, duas perguntas.
As provas também são separadas pelos respectivos níveis dos alunos. Isto é, NÍVEL UM para alunos do primeiro ao terceiro ano, NÍVEL DOIS para alunos do quarto ao quinto ano, NÍVEL TRÊS para alunos do sexto ao nono ano do ensino fundamental e NÍVEL QUATRO para alunos do ensino médio.

- Menos de 5% dos alunos inscritos em 2011 foram premiados. O que esse valor representa para a OBA?
5% de premiados é muito mais do que todas as outras olimpíadas juntas. Estes 5% significam 33.000 alunos que receberam medalhas. Além disso, todos os inscritos recebem certificados e as escolas recebem livros, revistas e outros materiais educativos.

- O relatório de 2010 da OBA apontou um aproveitamento “sofrível” dos alunos de Ensino Médio. Como a organização lida com isso?
Não só o de 2010. Era pior em 2009. Nosso ensino médio tem uma qualificação sofrível em física e matemática, ciências fundamentais para a Astronomia e Astronáutica.

Redirecionamos o foco das provas do Ensino médio para a Astronomia, pois até 2010 havia ainda perguntas relacionando Física e Astronomia. Com isso o pico da distribuição de notas se descolou da nota 1,5 para quase três, e atingimos notas mais altas.

Em resumo, parece que os alunos de ensino médio conseguem raciocinar melhor quando a pergunta só envolve astronomia, ao invés de relações entre Física e Matemática.

- Como o senhor avalia a OBA após quatorze edições?
Nós queremos popularizar a Astronomia, entre os alunos e professores ao mesmo tempo. Neste sentido, o Brasil é pioneiro em toda a América. A Olimpíada Latino Americana de Astronomia e Astronáutica foi fundada por nossa iniciativa. Duas delas já foram realizadas no Brasil. O objetivo é incentivar os outros países a organizarem suas próprias olimpíadas.

Neste ano teremos, como em 2011, escolas de Moçambique participando da 15ª OBA. Também haverá pelo menos uma escola do Timor Leste participando. Ou seja, onde houver país de língua portuguesa, vamos tentar ajudar a fazer o que estamos fazendo no Brasil.

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